terça-feira, 13 de setembro de 2011

Rio Verde e Batuva


Batuva

LOCALIZAÇÃO
A comunidade localiza-se a quase trinta quilômetros de Guaraqueçaba, na região de uma APA (Área de Preservação Ambiental).


NOME DA COMUNIDADE
A comunidade recebeu, de início, o nome de Palmeirinha-Coqueirinho.

HISTÓRICO
Grande parte do grupo veio de Cananéia, no Estado de São Paulo com os que integram a Comunidade de Rio Verde. Ilton Gonçalves da Silva relata que uma sua ancestral chegou de navio e contava que outros dois navios afundaram durante a viagem. Outras famílias vieram de Xiririca, Eldourado Paulista, no Vale do Ribeira, paulista, para terras “compradas” por Américo Pontes, formando esse quilombo onde a principal atividade é a rural, e, como em todas as comunidades quilombolas, a vegetação é preservada. Entre os terrenos das famílias Pontes e Barreto há presença de sambaquis. São referências geográficas do quilombo a Serra Grande e os rios Pasmado, Guaraqueçaba e Branco.

CULTURA E TRADIÇÃO
As festas são para Santa Teresa em 15 de outubro e carnaval, sendo que Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, São João Bosco, São Benedito, Santo Antônio, Santa Rita e Santo Expedito são também venerados. A dança tradicional é o fandango.


TERRA E TRABALHO
As roças são comunitárias e o trabalho é feito por homem e por mulher. O cultivo mais importante para a alimentação é de mandioca, feijão e arroz. Para venda, a banana é muito importante e também a mandioca, transformada em farinha que vendem nas ruas de Guaraqueçaba.

Rio Verde

LOCALIZAÇÃO
A comunidade localiza-se a 20 quilômetros de Guaraqueçaba, na região de uma APA (Área de Preservação Ambiental).


NOME DA COMUNIDADE
HISTÓRICO
Os integrantes desse quilombo são descendentes de negros escravizados no Município de Cananéia, Estado de São Paulo, que na busca de liberdade migraram para Guaraqueçaba. Dividiram-se em dois grupos: um deles formou a comunidade Batuva e o outro se deslocou até a região em que se encontra a Comunidade Rio Verde, relando seus descendentes que as terras foram por eles adquiridas em uma transação financeira. Hipólito Galdino Gonçalves, de sessenta e dois anos, e Antonio Gonçalves da Silva relatam que a terra é herança de bisavós que eram de ascendência africana. Genésio Viana relata que seus ancestrais, avançando pela mata, vieram de além de Cananéia, no Vale do Ribeira. Relata, ainda, que seu bisavô era africano e que seu avô faleceu em 1936. As referências geográficas da comunidade são os rios Guaraqueçaba, Verde, Bracinho, do Cedro e a Serra Grande. Nas roças familiares, são cultivados feijão, arroz, mandioca e banana. O preparo da terra é manual, usam adubo orgânico e vendem farinha de mandioca e frutas para o mercado. Criam gado, galinha e pato. A pesca é pouca, individual, em rio, com anzol.

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CULTURA E TRADIÇÃO
Na comunidade há benzedores (eiras) e curandeiros. Cestas, chapéus, tipiti, remo e canoa são os seus produtos artesanais. Santa Teresa de Ávila é a padroeira e tem sua festa no dia 15 de outubro. São Benedito, Santo Antonio, Santa Rita e São Expedito também são venerados. As principais danças são: fandango, fandango da roça, forró e valsa. As festas tradicionais são: festa para a padroeira, carnaval, páscoa e a festa para o mutirão do arroz.


TERRA E TRABALHO
Quanto ao uso da terra, os quilombolas relatam que estão com dificuldades pelas restrições apresentadas pelos órgãos ambientais, restrições essas que têm provocado grandes impactos nas comunidades negras do município, pois estão na região de uma APA (Área de Preservação Ambiental). “Dizem que o papagaio da cara roxa está em extinção, mas o que está em extinção aqui é o ser humano”. (Professor Antonio Gonçalves da Silva, membro da comunidade).

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