segunda-feira, 13 de junho de 2011

Memórias de Guaraqueçaba


Foto por Déborah s. Lobo Ilha das peças 23/05/11


Vila das Peças



A Vila das Peças surgiu, provavelmente, com o fim do comércio de escravos na região da Baía de Guaraqueçaba. Segundo Dona Ana Marques Teodoro, nascida em 1925 na comunidade, há gente morando na vila faz quase 200 anos. Dona Aninha, como é chamada, diz: “Não vê que tinha a Canoa do Bugre ali no caminho da Bóia?” fala bugre ao se referir aos índios carijós e afirma que ele estavam presentes na região há muito mais tempo.



Além da influência indígena, há na história dessa comunidade características que remetem ao comércio de escravos, como sugere o próprio nome do local. Em uma época em que o tráfico negreiro da África para o Brasil já estava proibido, ainda existiam navios realizando o comércio de escravos , mas estes não podiam chegar até Paranaguá com a “carga” à mostra.



As “peças”, como os escravos eram chamados naquele tempo, eram deixadas, então, em uma ilha na entrada da baia de Paranaguá. Dizem os antigos da ilha das peças que eram encontradas bolas de ferro semelhantes a balas de canhão, fato que fez com que durante muito tempo se acreditasse que a ilha possuía esse nome exatamente por causa das “peças” de canhão, mas a idéia mais aceita hoje é que estas bolas de ferro eram, na verdade, grilhões usados para prender os negros e impedir que ele fugissem. Por isso o Nome de comunidade.



Na ilha das Peças se formaram outras comunidades, como Guarituba e Ponta do Indaiaeiro, que mais tarde foram se agrupando à Vila das Peças.







A agricultura, a caça, a exploração de madeira, a pesca e o comércio fizeram parte da história dessa comunidade. Hoje, a principal atividade é a pesca, além da prestação de serviços. O turismo, artesanato a maricultura também aparecem no cenário atual. Atualmente moram na ilha das peças em torno de 350pessoas. Há escola municipal e escola estadual (projeto pólo das ilhas) e 2 diferentes igrejas na comunidade, Católica e batista. Há também energia elétrica distribuição de água, que vem da região de Poruquara.



fonte:Projeto Cultimar (UFPR/GIA) Recursos naturais na vida caiçara; pag16